HISTÓRICO DO CEMITÉRIO PÚBLICO DE JARDIM DO SERÍDO, ESTADO DO RIO GRANDEDO NORTE
O Cemitério Público de Jardim do Seridó, teve sua Benção no dia 12 de
março de 1858 pelo Primeiro Vigário de Jardim do Seridó, Padre Francisco
Justino Pereira de Brito, no local tem seis Sacerdotes presentes. No dia 12 de
março de 2022, transcorreu os 164 anos da sua Bênção.
Assim o Padre Francisco Justino escreveu no Livro de Tombo no 01 da Paróquia de
Nossa Senhora da Conceição, às folhas 05 verso. “O Cemitério desta Povoação foi
construído às esperanças do Povo da Freguesia, pelo qual promovi subscrição
para este fim e pertence à Fábrica da Matriz, por ter sido a mente dos
subscritores. Foi ele bento por mim aos 12 de março do presente ano com a
assistência de seis sacerdotes e de inúmero povo. Do que para constar faço esta
Nota, em que assino. Conceição do Azevedo, 15 de abril de 1858. O Vigário Visitador
Francisco Justino Pereira de Brito”.
O Cemitério foi construído em terreno doado à Paróquia pelo casal Antônio de
Azevedo Maia, o terceiro conhecido por Antônio Padre e sua esposa Úrsula Leite
de Oliveira, conforme Escritura Pública datada de 03 de janeiro de 1858
arquivada no original na Secretaria Paroquial. Assinou a escritura o doador
Antônio de Azevedo Maia, a rogo de Úrsula Leite de Oliveira e como testemunha
assinou o genro do casal Rodrigo de Medeiros Rocha e também como testemunhas
assinaram: Pacífico de Araújo Pereira, José Quitino de Medeiros e Antônio
Fernandes de Araújo. Media o referido terreno 25 braças de comprimento por 15
de largura o equivalente a 55 metros de comprimento por 33 metros de largura.
A Capela antiga com os túmulos de um lado e de outro na parede ficavam nos
fundos, pois o Cemitério era voltado para o Norte, como ainda está a referida
Capela, quase intacta. Depois a entrada do Cemitério foi mudada para o
nascente. A primeira ampliação foi feita pelo Prefeito Joaquim Alves da Silva
para o lado do nascente, é a parte mais baixa na entrada. A Prefeita Maria José
Lira Medeiros anos depois ampliou duas vezes o Cemitério para o Norte e a parte
mais nova onde está a nova Capela.
Anteriormente os sepultamentos eram realizados nas Igrejas, assim muitas
pessoas foram sepultadas na Matriz, desde o tempo da Primitiva Capela de Nossa
Senhora da Conceição, onde foi sepultado o Fundador de Jardim do Seridó,
Antônio de Azevedo Maia Júnior. Com a construção do Cemitério os sepultamentos passaram
a ser no mesmo. No entanto mesmo após a Bênção do Cemitério várias pessoas
foram sepultadas na Matriz, era costume da época. O Cemitério é lugar sagrado
por isso á chamado de “Campo Santo” ali estão sepultados os mortos a espera da
Ressurreição. O Evangelho de São João no Capítulo 05, Versículo 25b diz: “Os
mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão”.
Os Túmulos com sua arquitetura variada formam um Patrimônio arquitetônico e
histórico de valor. Ali estão sepultados três Sacerdotes: Padre Manoel Teixeira
da Fonseca, Capelão da Conceição do Azevedo e Primeiro Coadjutor da Paróquia,
falecido em 18 de julho de 1864. O Padre Francisco Justino Pereira de Brito,
Primeiro Vigário da Paróquia, que benzeu o Cemitério, Visitador Diocesano e
Deputado, falecido em 07 de novembro de 1871. O Padre Luiz Marinho de Freitas,
Sétimo Vigário desta Paróquia, falecido em 21 de setembro de 1902. Autoridades
Civis, como o Coronel Felinto Elísio de Oliveira Azevedo, único filho de Jardim
do Seridó, que governou o Estado, Prefeito, 07 vezes e Deputado 09 vezes.
Ex-Deputados, Dr. Manoel Augusto de Medeiros, Joaquim Alves da Silva e Dr.
Paulo Gonçalves de Medeiros. Vários Ex-Prefeitos. Veteranos da Guerra do
Paraguai, como o Professor Jesuíno Ildefonso de Oliveira Azevedo e Vicente
Ferreira de Azevedo.
Pessoas nascidas aqui ou até mesmo de outros países, portugueses, escravos
africanos, o comerciante italiano Braz Finizola (Avô do médico e compositor
Jardinense Dr. Janduy Finizola), o químico colombiano Ruben Dario Gusman,
também pessoas de outras partes do Brasil, como a Índia do Amazonas, Radomá,
batizada aqui pelo nome cristão de Virgínia em 1909. Pessoas humildes como
Conrada e Seu Higino “Sem Destino” além de outras anônimas
O Cemitério de Jardim do Seridó é um Patrimônio Sagrado que deve ser preservado
e respeitado por todos. No passado os Cemitérios eram propriedades das Igrejas
depois passou para os governos municipais. Os 164 anos do Cemitério foram
comemorados condignamente.
SEBASTIÃO ARNÓBIO DE MORAIS
Pesquisador da História do Seridó